domingo, 9 de agosto de 2009
Pessoas do cotidiano parte III: aquelas muito simpáticas.
Tudo o que é muito pode se tornar um problema, inclusive às coisas boas. Se você tem dinheiro (que é uma coisa boa) demais se torna escravo dele e isso é um problema. Se você ama (que é uma coisa boa) demais se torna obsessivo e isso é um problema. Se você é simpático (que é uma coisa boa) demais se torna insuportável. Para se conviver tudo tem a sua medida, assim como fazer café, não se pode colocar muito pó se não fica forte demais e nem colocar pó de menos se não fica fraco demais. O que nos torna a pessoa ideal, ou pelo menos próximos dela, é saber quando parar de ser muito.
Os praticantes da simpatia insuportável são mais chatos do que aqueles que não têm simpatia nenhuma, pois com os simpáticos insuportáveis temos que agüentá-los ao contrário dos antipáticos que não nos dão nem o trabalho de dizer bom dia no elevador, pois sabem que eles não vão se dar o trabalho de responder.
Simulando uma conversa com o antipático no elevador seria mais ou menos assim:
- ...
- ...
E pronto. O elevador chegou ao seu destino e cada um segue seu caminho. Já a conversa com os extremamente simpáticos insuportáveis seria assim:
- Bom dia.
- Booooooooooom diaaaaaaaaaaa! Como vai você nesta linda manhãããã? Reparou que o tempo melhorou muitooo? Eu amoooooooo o tempo assim! Falando em amo eu ameiiiiii esse seu vestido! É muito lindo mesmo! Parabéns querida!
Nem se passou das oito horas da manhã e você já quer terminar o seu dia depois de todo esse blá blá blá desgastante que você teve a obrigação de ouvir em um cubículo de menos de um metro e meio. O elevador deve ser o lugar aonde os insuportavelmente simpáticos devem gostar mais, pois não tem pra onde seus ouvintes fugirem, portanto temos a obrigação de ouvir...ouvir e ouvir!
Incrível como as coisas boas podem se transformar em coisas ruins se não soubermos administrá-las. Será que as coisas ruins podem ser transformadas em coisas boas se soubermos administrá-las?
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