quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Um texto sobre o nada

Geralmente tenho várias idéias do que escrever no meu próximo texto, porém hoje é uma daquelas exceções a regra. Não tenho nada em mente, por isso hoje escreverei sobre o nada, porque quando você se prende a um tema as possibilidades ficam em redor do mesmo, porém quando não se tem nada planejado as possibilidades são infinitas, afinal de contas o que vier é lucro.
São quase meia noite e meu deu uma vontade louca de escrever. Porque não acontece isso quando eu tenho um tema planejado na minha cabeça? Na maioria das vezes tenho preguiça de escrever quando surge algo na cabeça e fico adiando o momento, porque sou daquelas pessoas que quanto mais adiar uma coisa melhor pra mim, na verdade adiar as obrigações. Minha mãe é bem diferente. Ela conta que quando a mãe dela dizia que iria bater nela por causa de alguma coisa errada que ela tinha feito mamãe simplesmente ficava atrás de vovó falando pra ela bater logo e já ficar livre. Já no meu caso, se estivesse na mesma situação, com certeza agiria totalmente ao contrário e adiaria a surra para o mais tarde possível. Eu lembro um dia que fiz algo errado, por pura preguiça e depois tive o maior trabalho pra esconder minha cagada. Já dizia o ditado que trabalho de preguiçoso faz serviço dobrado, pois dessa vez foi triplicado! Minha mãe me telefonou e eu estava deitadona no sofá sem a mínima vontade de levantar e só atendi o telefone porque ele estava ao meu lado. Mamãe estava no transito e precisava urgente de um número que estava na lista telefônica. Levantei com a maior má vontade que se pode esperar de um ser humano e lá fui eu achar a bendita da lista. Procurei o número igual o meu nariz e é claro que não achei. Querida mamãe bufou ao telefone e desligou, mas eu sabia que quando ela chegasse em casa iria procurar na lista e esfregar o número de telefone na minha cara. Lá vou eu me livrar das evidências do crime. Desta vez procurei o número minuciosamente e adivinha o que aconteceu? Não é que eu achei o danado! Pensei com os meus botões “caraca mami vai comer meu fígado e mal passado ainda por cima!”. Foi aí que eu tive a nem tão brilhante idéia de queimar a lista telefônica. Peguei uma caixa de fósforos, a lista, fui para o Box do meu banheiro e comecei a queimá-la. Fiquei esperando sentada pateticamente no vaso enquanto a fogo fazia seu serviço, porém começou a soltar aquelas fuligens pretas e aquele negócio infestou o banheiro de uma forma que parecia um tufão negro. Nisso a minha toalha branca já tinha ficado preta, meu sabonete com cheirinho de neném já tinha ficado com cheiro de queimado e foi então que comecei a me desesperar. Liguei o chuveiro e não sei como a situação piorou, porque o ralo do banheiro entupiu com as fuligens e começou a inundar o banheiro todo! Nisso eu já estava parecendo um pintinho preto todo molhado. Desliguei o chuveiro, peguei o que restava na lista telefônica e fiz o que deveria ter feito muito antes: enfiei num saco preto de lixo e joguei fora. Digam-me agora porque diachos eu não pensei nisso antes? Teria me poupado muito tempo e energia. Porém quando reflito sobre esse episódio anos depois chego à conclusão que poderia ter procurado o número direito em vez de fazer toda essa confusão!

domingo, 9 de agosto de 2009

Pessoas do cotidiano parte III: aquelas muito simpáticas.



Tudo o que é muito pode se tornar um problema, inclusive às coisas boas. Se você tem dinheiro (que é uma coisa boa) demais se torna escravo dele e isso é um problema. Se você ama (que é uma coisa boa) demais se torna obsessivo e isso é um problema. Se você é simpático (que é uma coisa boa) demais se torna insuportável. Para se conviver tudo tem a sua medida, assim como fazer café, não se pode colocar muito pó se não fica forte demais e nem colocar pó de menos se não fica fraco demais. O que nos torna a pessoa ideal, ou pelo menos próximos dela, é saber quando parar de ser muito.
Os praticantes da simpatia insuportável são mais chatos do que aqueles que não têm simpatia nenhuma, pois com os simpáticos insuportáveis temos que agüentá-los ao contrário dos antipáticos que não nos dão nem o trabalho de dizer bom dia no elevador, pois sabem que eles não vão se dar o trabalho de responder.
Simulando uma conversa com o antipático no elevador seria mais ou menos assim:
- ...
- ...
E pronto. O elevador chegou ao seu destino e cada um segue seu caminho. Já a conversa com os extremamente simpáticos insuportáveis seria assim:
- Bom dia.
- Booooooooooom diaaaaaaaaaaa! Como vai você nesta linda manhãããã? Reparou que o tempo melhorou muitooo? Eu amoooooooo o tempo assim! Falando em amo eu ameiiiiii esse seu vestido! É muito lindo mesmo! Parabéns querida!
Nem se passou das oito horas da manhã e você já quer terminar o seu dia depois de todo esse blá blá blá desgastante que você teve a obrigação de ouvir em um cubículo de menos de um metro e meio. O elevador deve ser o lugar aonde os insuportavelmente simpáticos devem gostar mais, pois não tem pra onde seus ouvintes fugirem, portanto temos a obrigação de ouvir...ouvir e ouvir!
Incrível como as coisas boas podem se transformar em coisas ruins se não soubermos administrá-las. Será que as coisas ruins podem ser transformadas em coisas boas se soubermos administrá-las?

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Pessoas do cotidiano parte II: aquelas que nos fazem sentir culpa.



Este tipo de pessoa não me agrada muito, não me agrada nenhum pouco para ser bem sincera. É o tipo de ser humano que faz a gente se sentir culpado pelas coisas que fazíamos antes e que por algum motivo (ou quem precisa de um?) paramos de fazer. Se você estiver lendo e se identificar tenho um aviso a fazer: por favor PARE! Este tipo de pessoa, assim como a do texto anterior, podemos encontrar em qualquer lugar, porém é mais específico, pois temos que ter algum tipo de relação com a mesma. É aquela sua colega de academia que te encontra no supermercado na seção de doces (diga-se de passagem, que ela só está lá porque se perdeu pelas gôndolas) enquanto você está enchendo seu carrinho de guloseimas e pergunta por que você parou de fazer academia. Você pode mentir na maior cara de pau e dizer que mudou o horário de fazer seus exercícios diários e ficar a mercê de uma resposta do tipo “Sério? Mas eu perguntei para o seu personal e ele disse que você saiu do horário!”. E é claro que ela olha para o seu carrinho como se fosse um absurdo você parar de fazer academia e ainda se entupir de calorias. Depois dessa o que fazer? Eu saia correndo do supermercado! Para evitar essa situação constrangedora e deixar de comprar todas aquelas delícias que estavam em seu carrinho sempre existe a segunda opção: fazer aqueles que nos fazem sentir culpa se sentirem culpados por estar fazendo coisas fúteis enquanto nós estamos fazendo algo pela humanidade.
- Pois é Carlinha, sai da academia, pois vou me juntar ao corpo da paz, porém estarei viajando muito e não vou ter os horários muito certos e decidi sair da academia.
Pronto! Você acaba de deixar a Carlinha pensando que ela passa horrores na academia enquanto você faz caridade. Se por azar você encontrar a pessoa novamente na mesma semana, mês ou até no mesmo ano faça como eu: seja patético e se esconda. Sempre funciona!